Todos os pais gostavam que os seus filhos fizessem o que eles lhes pedem sem questionar, que saltassem, quando lhes pedissem para saltar, e sempre com um sorriso, mas a verdade é que, por muito que isso nos custe, é em casa que eles precisam de praticar o questionar, o refutar argumentos, a defesa do seu ponto de vista, para que depois o saibam fazer lá fora, não é mesmo? Se isto te fez pensar, lê este artigo até ao final. O ponto que nós queremos reforçar é que obediência cega não é a mesma coisa que obediência inteligente. Nada pode ser mais errado que acreditar que o mais importante é agradar o outro, deixando de lado as próprias necessidades, critérios e vontades. É possível fazer algumas crianças obedecerem através do autoritarismo, com castigos, ou ameaças, ou até com uma palmada, mas o preço desta educação é bastante alto porque provoca uma quebra na conexão entre pais e filhos, uma total falta de confiança cujo preço se vai fazer sentir bem alto no futuro. E perguntarás tu: “Como é que faço então para que os meus filhos me “obedeçam” sem castigos, sem gritos, sem repetir a mesma coisa n vezes? Deixamos-te algumas dicas para te ajudar nesse sentido: 1 – Lembra-te que as prioridades deles não são as mesmas que as nossas Para uma criança, jogar um jogo é muito mais importante do que tomar banho ou jantar. Jogar para eles tem o mesmo peso que o trabalho e isso é positivo – é assim que o ser humano aprende a se auto motivar. Solução: Conectar antes de dar instruções – reconhecer a importância do que ele está a fazer. Em seguida, avisa-o de que estás prestes a pôr um termo à sua diversão: “João, é hora do banho. Queres tomar banho agora, ou daqui a cinco minutos? Cinco minutos sem confusão? Ok, combinado – vamos fechar o acordo com um aperto de mão!” Outro exemplo: Em vez de dares instruções do outro lado da casa, aproxima-te do teu filho e toca nele, uma mão no ombro, por exemplo. Conecta-te fazendo algum comentário sobre o que ele está a fazer. Então diz: “Com licença, Sofia… preciso de falar contigo” E espera até que ela olhe nos teus olhos. Se ela estiver a olhar para um ecrã, avisa-a de que vais pausar o jogo ou a TV. Não dês a tua instrução até fazerem contato visual, para que ela saiba que estás a falar sério. Se ela está vidrada de tanto olhar para o ecrã, pede-lhe que repita o que disseste. Dá apenas um aviso e, em seguida, cumpre o limite de tempo que combinaram. Segue em frente. Do contrário, estás a treiná-la para não levar os teus pedidos a sério. 2 – As crianças precisam da nossa ajuda Quando estamos a ver algo interessante na televisão ou no computador, e o nosso filho começa a chamar, com “choraminguices”, quantas vezes não fingimos que não estamos a ouvir, na esperança de que deixe de chamar? É igual para eles! Solução: “Ok, João, já se passaram cinco minutos. Lembras-te do nosso acordo? Cinco minutos e sem confusão. É hora do banho agora.” Em seguida, cria uma ponte entre a brincadeira dele e o que estás a pedir: “Queres que os dois motores saltem da pista e corram até o banheiro? Aqui, eu fico com este e tu com aquele; bora lá!” 3 – O cérebro deles ainda está em desenvolvimento Deixar os seus desejos de lado para seguirem os nossos é uma habilidade que ainda estão a aprender. Cada vez que nós estabelecemos um limite que exige que os nossos filhos desistam do que desejam, para fazer o que nós desejamos, eles vão ter de fazer uma escolha. Quando eles decidem que o seu relacionamento connosco é mais importante do que o que eles desejam neste momento, seguem os nossos pedidos. Escolher um caminho diferente do que temos vontade de escolher chama-se autodisciplina e a criança só o aprende quando decide por si mesma – por isso se chama “auto” Solução: Aplica o “Quando/então”, estabelece opções limitadas para ela exercitar o seu cérebro e praticar o escolher cooperar. 4 – Elas não se sentem ouvidas, mas sim obrigadas a fazer o que nós queremos Não podemos FAZER com que as crianças nos obedeçam, pelo menos não sem castigos, ameaças e/ou palmadas Solução: Reconhece a perspectiva do teu filho, qualquer criança coopera muito mais facilmente quando se sente ouvida, compreendida. Mostra que a compreendes e dá-lhe opções limitadas 5 – Quando a conexão se quebrou Quando as crianças nos contestam, desafiam constantemente é porque não se sentem compreendidas, logo há uma desconexão entre nós e elas. E isto pode acontecer por diversas razões: Porque o teu filho ficou longe de ti o dia todo. Porque perdeste a paciência com ele de manhã. Porque está com raiva de ti porque estás sempre com o bebé no colo. Ou porque usas castigos e gritos para disciplinar, em vez de conexão. Solução: – Tempo de Corpo e Alma – Uma dose de gargalhadas de manhã e outra à noite, no mínimo Quando um relacionamento parece tenso, o riso costuma ser a maneira mais fácil de voltar à conexão. E por hoje é tudo! O que achaste destas dicas? Adiantamos que no nosso manual digital “O meu filho não me obedece” podes encontrar muito mais dicas práticas sobre este mesmo tema. Podes encontrá-lo e a outros manuais com diferentes temas AQUI. |