As crianças de hoje parecem ser particularmente impossíveis!
Fazem birra à mínima coisa, têm imensa dificuldade em lidar com a frustração, o que torna o desafio ainda maior.
Também sentes isto com os teus filhos?
Se sim, tens mesmo de ler este artigo até ao final.
Será que já percebeste que, quando eles estão tristes ou zangados, se portam ainda pior?
A verdade é que são cada vez mais as pessoas que percebem a necessidade de ajudarem os seus filhos a lidarem com as suas emoções e, por isso, decidimos trazer-te algumas dicas para te ajudar.
Contudo, antes de começarmos a falar sobre como treinar as emoções das crianças, precisamos de começar por falar sobre como os nossos pais e outras pessoas à nossa volta lidavam com as nossas emoções, quando nós éramos crianças…
Se a tua educação foi minimamente semelhante à nossa, quando eras criança, hás de ter ouvido muitas vezes coisas no sentido de ignorares as tuas emoções, como:
“Pára com isso”, “Pára quieto”, “Não faças isso” “Acalma-te”, “Não é preciso estares a chorar” etc., etc.
Certamente terás sentido que não eras importante e que os teus sentimentos eram irrelevantes. Basicamente, que estavas errada, errado por sentires o que sentias.
Certamente que o que todos nós queríamos nessas alturas era que os nossos pais se voltassem para nós com compreensão, compaixão e empatia. Nós queríamos que eles nos ouvissem. Que compreendessem como nos estávamos a sentir.
É ou não é verdade?
Um facto inegável: todos gostamos, quando as outras pessoas entendem o nosso mundo emocional.
E os nossos filhos sentem o mesmo!
Quando as suas emoções são validadas – ou simplesmente estamos lá para eles – eles sentem conexão. Ou seja, sentem-se vistos, ouvidos e valorizados.
E é exatamente disto que se trata o treino das emoções, é fazer os nossos filhos sentirem-se compreendidos, ouvidos e valorizados.
E como é que fazemos isso?
1 – Olhar suaves
Quando trazemos suavidade ao nosso olhar, dificilmente conseguimos usar um tom de voz mais áspero. Conseguimos manter a calma e ajudamos os nossos filhos, que já estão sob grande tenção emocional, a acalmar.
2 – Conectar antes de corrigir
Seja porque se estão a portar mal ou porque estão a chorar de tristeza, o nosso impulso natural é quase sempre tirar a criança daquele estado emocional. Só que, quando a criança está dominada pelas emoções, o que ela mais precisa é de se sentir compreendida, ouvida e valorizada – que reconheçamos o que ela está a sentir, seja o que for, e fazemos isso como?
3 – Nomeando simplesmente o que ela está a sentir, descrevendo o que estamos a ver.
Podemos dizer coisas como:
“Bem, estás mesmo frustrado porque a tua torre de blocos caiu”
Ou
“Eu também fico zangada quando as coisas me correm mal”
Ou ainda
“Parece que estás muito chateado com o que acabou de acontecer, estou certa?”
Isto não é justificar o comportamento inadequado da criança. Isto é, sim, validar a emoção e ajudar a criança a identificar o que está a acontecer dentro dela. É deixá-la saber que entendemos como ela se está a sentir.
É fazer aquilo que queríamos que alguém tivesse feito, quando éramos uma criança a passar por um momento difícil. É dizer “Eu compreendo-te. Eu ouço-te. Eu valorizo-te.”
4 – Dar espaço à emoção
Quando queremos apagar uma fogueira, não mandamos gasolina lá para dentro, certo?
Ora é algo muito parecido que isto que acontece, quando nos zangamos com os nossos filhos porque se portaram mal, porque se estavam a sentir mal.
Da mesma forma, tentar dialogar, fazê-los ver a razão nessa altura também não terá qualquer efeito. O que precisamos mesmo de fazer é estar lá com eles (ou afastar se eles assim preferirem) e dar tempo para a “fogueira se apagar por si mesma”
Pensa em ti mesma, ti mesmo, como adulta, adulto: como te sentes, quando tens alguém sentado a teu lado, quando te estás a sentir mesmo mal, em vez de tentar que te sintas melhor, simplesmente permite que sejas tu mesma, tu mesmo, enquanto sentes tudo o que estás a sentir.
É isto que precisamos fazer com os nossos filhos.
O nosso papel é sentar com eles enquanto eles experimentam as emoções, ajudá-los a entendê-las e fazê-los sentirem-se seguros.
E uma vez que as coisas estão calmas, podemos passar para o próximo passo.
5 – Encontrar soluções juntos
É nesta altura que perguntamos o que deve ser feito para evitar esses tipos de problemas no futuro e avançamos na direção das soluções. Uma vez que as crianças já conseguem regular as suas emoções, elas podem regular o seu comportamento para que não tenhamos que fazer isso por elas!
Podemos dizer algo como:
“Ok… agora que já te estás a sentir melhor, vamos descobrir o que podes fazer da próxima vez para que isto não volte a acontecer.”
Esta abordagem de solução de problemas não é permissividade, nem deixar as crianças se safarem com o mau comportamento.
É termos limites claros e firmes.
O truque aqui, no entanto, é usarmos a colaboração e envolvemos os nossos filhos numa parceria de resolução de problemas. É capacitá-los, é acreditar que conseguem.
E é isto!
O artigo hoje ficou longo, mas esperamos que tenha valido o teu tempo.
Responde-nos a este e-mail com a tua opinião ou qualquer dúvida que te tenha surgido, prometemos responder pessoalmente.
E, se precisas de ajuda para o fazer, porque sozinha não estás a chegar aos resultados que desejas, sabes que podes contar com a nossa ajuda através das nossas consultas individuais de apoio e orientação parental
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