Como lidar com o nosso crítico interno
Novas artes  Super Pais - 45

Quer tenhamos consciência disso ou não, todos nós temos dentro da nossa mente uma voz que nos critica com maior ou menor intensidade e frequência.
Quantas vezes dás por ti a pensar que não és capaz de fazer alguma coisa, que não és tão boa mãe como as tuas amigas, ou com medo que alguma coisa de errado aconteça a qualquer momento com os teus filhos?Se estes pensamentos ou outros parecidos costumam passar pela tua cabeça, lê este artigo até ao final.Este tipo de pensamentos vem da nossa infância, do que as pessoas de referência nos diziam com frequência, do que os ouvíamos repetir e/ou do que interpretávamos das suas palavras, das suas ações.“As crianças são excelentes observadoras, mas péssimas intérpretes”Devido à sua imaturidade emocional, à forma como o seu cérebro está desenvolvido nessas idades, as crianças levam tudo para o pessoal e sentem-se culpadas de tudo o que de “mau” acontece à sua volta e, como isso as faz sofrer, o seu cérebro desenvolve estratégias de defesa, para evitar voltar a sentir o mesmo. O problema é que crescemos e ele continua a acreditar que ainda não sabemos como lidar com as adversidades da vida e, em adultos, estas defesas transformaram-se em medos que só nos prejudicam, que nos sabotam, que nos impedem de darmos o nosso melhor, de aproveitar ao máximo tudo o que a vida tem para nos oferecer.Por isso é tão importante termos cuidado com a forma como lidamos com os nossos filhos no dia a dia, e quem nos segue (e não precisa de ser há muito tempo) já tem consciência de que precisamos de estar bem com nós mesmos para podermos ter a calma e a paciência que a maternidade/paternidade tanto exigem.E, se um dos pontos mais importantes é o autocuidado, porque, tal como um carro precisa de gasolina e um telemóvel de recarregar para continuarem a funcionar, também as nossas “baterias” têm um limite.Outro ponto não menos importante é cuidarmos do que se passa dentro da nossa mente porque isso afeta não só o nosso estado de espírito, como a nossa forma de agir/reagir.Afinal, os nossos pensamentos provocam-nos, mesmo que não tenhamos consciência disso, uma determinada emoção, que nos faz agir de uma certa forma, que nos leva a um resultado.Não será difícil de imaginar que, caso o pensamento seja negativo, a probabilidade do resultado ser positivo é ínfima. Da mesma forma, se o pensamento for positivo o resultado tenderá a ser também ele positivo.Se és daquelas pessoas que diz que não consegue perceber os seus pensamentos, deixamos-te uma dica:– Define um alarme no telemóvel para tocar de 30 em 30 minutos e, quando ele tocar, pára para perceber e escrever sobre o que estavas a pensar nesse momento.O que te parece?Vais ver como te surpreenderás com os lugares por onde a tua mente viaja.Deixamos-te agora aqui alguns exemplos de pensamentos que passam pela mente de muitos pais:– “O meu filho deveria dar-se bem com o irmão e não estar sempre a implicar com ele.”– “O meu filho perderia a cabeça se não estivesse agarrada ao pescoço. Por mais que lhe repita as coisas, nunca se lembra de nada!”– “Não devia ser preciso gritar, para alguém fazer as coisas nesta casa!”Será que te identificas com um ou mais destes pensamentos?Então é porque os tens, certo?E como te sentes quando surgem estes pensamentos?Não são boas emoções, pois não?E depois de te sentires assim, como é que tens tendência para agir?Dá para perceber como as coisas estão relacionadas?A questão é o tomarmos consciência dos pensamentos, quando eles surgem, para impedirmos que a emoção tome conta de nós.O crítico que habita a nossa mente tem três direções para onde apontar a sua mira: para nós mesmos, para os outros, para as circunstâncias (as injustiças da vida)E hoje vamos focar-nos em particular na crítica aos outros, neste caso aos nossos filhos e, para além da dica que já deixámos, e que é o passo essencial – a tomada de consciência, deixamos mais algumas estratégias para lidares com esse crítico interno:1 – Ele quer sempre o nosso bem!Podes pensar nele como um cão de guarda que ladra bem alto (e quanto mais cansados estamos, mais forte e intensamente!!) Se lhe agradecermos por estar a cuidar de nós, e o mandarmos ir dormir ele acalma-se. Respira fundo e diz a ti mesma “Está tudo bem, eu consigo lidar com isto com calma”2 – Há sempre um medo por detrás desses pensamentosImagina que estás aos gritos com o vosso filho que está a mostrar um comportamento desafiador. Pergunte ao teu crítico por que é que esse comportamento é tão ameaçador.Respostas possíveis:“Ele está convencido de que é ele que manda aqui!” ou “Eu não consigo fazer com que ele faça o que eu lhe digo!” ou “Tenho de cortar esse desrespeito pela raiz agora!” – tudo isto esconde um medo.Será que os gritos são a melhor forma de lidar com uma criança que está a ter esse comportamento, porque essa é a sua forma de demonstrar que precisa de alguma coisa?O nosso trabalho é acalmar a tempestade, não intensificá-la, e, quando paramos para ganhar clareza dos nossos medos, torna-se mais fácil definir os limites necessários com calma e gentileza.3 – Usar o coração que é dono de grande sabedoriaPõe a mão no teu coração e pergunta:“Como posso fazer algo bom acontecer aqui?”4 – Escolhe o amorO crítico interior tem tudo a ver com medo e julgamento, então o antídoto para eles é o amor e a compaixão. Não importa que erros cometas, quando o teu crítico interior começar com as suas críticas, lembra-te de tua essência. Tu és uma boa mãe e estás constantemente à procura de ser e fazer melhor.E, quando tudo o resto falhar, procura rir-te de ti mesma.Porque não rirmos da nossa própria teimosia em descermos ao nível dos nossos filhos esquecendo que somos o adulto da relação – e ainda lhes chamamos a eles de teimosos!!Não há crítico que resista ao sentido de humor!A verdade é que, quando as atitudes dos nossos filhos (e não só) nos ferem é porque há algo dentro de nós a precisar de ser curado.Que medos povoam a tua mente?

Isto faz sentido para ti?

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E, já sabes, manda-nos um e-mail para geral@superpais.pt com alguma questão que gostasses de ter respondida – as tuas dúvidas são seguramente as mesmas que as de muitos outros pais. 

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