Conta-nos uma coisa:
Quantos adultos conheces que, quando se chateiam com algo gritam, dizem coisas que se arrependem, alguns até atiram com coisas à parede?
E também deves conhecer muitos que parece que nunca se chateiam, mas, no fundo, apenas guardam dentro de si o que sentem e, com o tempo ou acabam por explodir e a violência com que o fazem é ainda maior do que os outros, ou então adoecem…
E sabes por que razão isto acontece?
Porque, quando eram crianças, ninguém os ajudou a lidar com as suas emoções!
Se és uma destas pessoas e/ou não queres que os teus filhos venham a ser uma, lê este artigo até ao final.
A verdade é que falar sobre o que sentimos é terapêutico, ajuda-nos a compreender o que sentimos, e já foram feitos vários estudos a comprová-lo.
E uma criança que não entende o que sente não vai nunca conseguir lidar com isso.
Precisamos compreender que as emoções são puro instinto, a criança nasce com todas elas já que pertencem ao “kit natural de sobrevivência” e para poderem aprender a lidar com elas é preciso tempo, muita paciência e temos de falar com elas sobre esse assunto e, para te ajudar com o “como”, hoje queremos deixar-te 4 dicas:
1 – Transmite aos teus filhos que não temos de ter vergonha das nossas emoções
Explica-lhes que todos sentimos coisas que gostamos e outras que não gostamos, mas ter vergonha do que sentimos impede-nos de falar sobre o assunto, prende-nos na culpa e ficamos sem saber como lidar com isso.
2 – Explica que o importante é o que fazemos com o que estamos a sentir
Sim, podemos ficar muito irritados com alguma coisa que um amigo nos fez e até nos dá vontade de bater, mas isso não quer dizer que podemos bater porque isso tem consequências que não queremos.
3 – Ajuda-os a encontrar uma forma mais positiva de lidar com essa emoção.
As crianças portam-se mal não porque nos querem irritar, mas sim porque se sentem mal e não sabem lidar com isso e a frustração de não poderem ter o que querem é um dos mais comuns exemplos.
Se o teu filho manda coisas ao chão, por exemplo, quando fica com raiva, podes ensiná-lo a bater numa almofada, porque isso é uma forma de libertar essa emoção sem estragar nada nem magoar ninguém.
4 – Ensina os teus filhos a tomarem consciência das sensações que essas emoções lhe causam no corpo
Porque dessa forma, pode decidir a forma como vai lidar com essa emoção antes de ser dominada por ela.
Exemplo ainda da raiva: o coração começa a bater com mais força, ficamos com calor e muitas vezes até a transpirar
E, depois de nos acalmarmos, podemos pensar no que nos fez sentir assim.
Será que foi mesmo alguma coisa que outra pessoa nos fez, ou já estávamos tristes ou zangados com outra coisa antes?
E finalmente, podemos perceber o que fazer para nos sentirmos melhor.
Tal como referimos no artigo anterior:
Não existem boas nem más emoções, elas são o que são e todas, sem exceção nos fazem falta.
O que realmente precisamos todos é de aprender a lidar com as mais difíceis.
Para terminar: não te esqueças que tu és o principal exemplo dos teus filhos sobre como lidar com as emoções, por isso além de lhes ensinares, tens de o praticar também.
Sim, sabemos que não é nada fácil e, por isso mesmo, decidimos, entre outras coisas, reunir as principais estratégias que resultaram connosco no Manual Chega de Gritos, para usares nos momentos em que sentes que estás prestes a perder a paciência
Sabe mais clicando AQUI.
E, já sabes, manda-nos um e-mail para geral@superpais.pt com alguma questão que gostasses de ter respondida – as tuas dúvidas são seguramente as mesmas que as de muitos outros pais.