O erro mais nocivo (e mais comum) da educação
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Será que fazes alguma ideia de que erro será este, que é tão nocivo e que fazemos com tanta frequência?
Falamos da crítica!

A maior parte das nossas críticas, enquanto pais, são motivadas pela ansiedade, pela preocupação com bem-estar, com o futuro dos nossos filhos, pelo peso da responsabilidade que sentimos sobre os nossos ombros. 
O problema é a frequência e a forma como é feita e, não só muitas vezes não nos apercebemos da frequência com que o fazemos, como também não sabemos agir de outra forma.

Quantas vezes dizes aos teus filhos algo como “Endireita-te, estás todo torto”, “Não comas de boca aberta”, “Tem cuidado com isso”, “Não faças isso”, ou “É sempre a mesma coisa”, “Nunca terminas o que começas”, “Nunca fazes o que te peço à primeira”, “Estás sempre aos gritos”, etc, etc.

Será que te revês nalgumas destas afirmações?

Com que frequência o fazes? 

Como é que tu te sentes quando te dizem esse tipo de coisas?

É desmoralizante, não é mesmo?

Pois, para as crianças será talvez ainda pior, porque vêm das pessoas que mais respeitam e admiram.

As reflexões que hoje te trazemos são totalmente inspiradas do livro  “O que sentem os nossos filhos” de Kenneth Barish, cuja leitura recomendamos vivamente e na página 74 encontra o seguinte trecho:

“A crítica parental desencadeia uma complexa resposta emocional. A cada crítica dura é despoletada alguma rebeldia e alguma desmoralização e afastamento. Admito o exagero, mas tenho vindo a considerar esta sequência de acontecimentos o equivalente psicológico da Terceira Lei de Newton: para cada crítica parental há uma reação desafiadora e opositora, de igual intensidade. Como na física, a natureza desta reação oposta (a resposta desafiadora da criança) depende de outras forças presentes (o seu temperamento e personalidade) e pode não ser abertamente expressa ou imediatamente observável. As crianças poderão exprimir a sua rebeldia mais tarde, em tons defensivos ou argumentativos, e depois, cada vez mais, com ressentimento e uma profunda sensação de injustiça.”

Claro que a crítica é importante e saber aceitar uma crítica também, é sinal de maturidade emocional. E mesmo as pessoas bem-sucedidas, seja em que área for, procuram a crítica como guia para o auto aperfeiçoamento.

Nós mesmos gostamos de ter alguém a quem pedir uma crítica quando sabemos que essa pessoa nos vai orientar no sentido de aperfeiçoarmos o nosso trabalho, e não “deitar a baixo”.

Quais são então as alternativas à crítica? 
Precisamos de substituir as críticas e as discussões pela compreensão, pela apreciação e pela busca de soluções de problemas. 
Deixar de acreditar que se não as estivermos sempre a corrigir, elas não se vão portar bem.

Sabias que as crianças sabem (quase sempre) quando se portam mal?

Quando uma criança não está zangada ou desencorajada, ela quer portar-se bem, quer ter o nosso reconhecimento, conquistar o nosso elogio e aprovação, sentir o nosso orgulho.

E, nesse sentido, os antídotos à crítica são: 

1 – Elogio/encorajamento  Reconhecer cada pequena coisa – a cooperação, a ajuda, um gesto de interesse pelo outro (particularmente entre irmãos)… O esforço para fazer diferente, mesmo quando acabam por repetir o erro – se reconhecermos o esforço, da próxima vez vão-se esforçar mais.

2 – Escuta paciente e respeitosa – que não significa concordar e ceder às exigências. Apenas que devemos fazer um esforço sincero para compreender o ponto de vista dos nossos filhos e reconhecer o que é “certo” no que dizem antes de apontarmos o que é “errado” O nosso papel é escutar e escutar requer paciência e paciência requer tempo. Quando nos zangamos ou criticamos é quase sempre por termos perdido a paciência com os nossos filhos e, quando estamos cansados, stressados, não conseguimos ter paciência, por isso é essencial reservarmos um tempo especial para o fazermos.

Num mínimo de 10 e deixamos mais um trecho do livro de Barish:

“(…) Pediram às mães que brincassem com os seus filhos, de 3 e 4 anos, durante dez a quinze minutos todas as noites. Durante esse tempo as crianças podiam escolher a atividade e controlar a natureza e regras da interação. As mães recebiam instruções para não elogiar as crianças, «mas participar ativamente na brincadeira… descrevendo e imitando o comportamento das crianças e seguindo as suas diretrizes… Deviam mostrar-lhes que gostavam de brincar.» O treino breve em brincadeira responsiva foi muito eficaz. Uma semana depois, as crianças deste grupo tinham mais vontade de responder aos pedidos dos pais do que as outras crianças. E o impacto maior terá sido em crianças “difíceis” ou hiperativas.”

E por hoje é tudo, se este assunto te fez pensar, refletir sobre o teu próprio nível de crítica, manda-nos, pf, os teus comentários

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