Como podemos ensinar os nossos filhos a identificar e gerir as suas emoções
Novas Artes SP 2024 - 76

Ensinar as crianças a identificar e gerir as suas emoções é uma tarefa crucial para o seu desenvolvimento emocional e bem-estar ao longo da vida. Desde cedo, as crianças são expostas a um vasto leque de sentimentos e de situações que exigem competências sólidas para lidar com as suas emoções. Neste artigo, vamos explorar estratégias e técnicas eficazes para te ajudar a orientar os teus filhos neste importante aspeto do crescimento humano.

A verdade é que o modo como as crianças lidam com as emoções na infância pode influenciar significativamente o seu bem-estar e sucesso futuro, já que uma boa inteligência emocional as vai ajudar a lidar com desafios, a desenvolver relacionamentos saudáveis e a tomar decisões acertadas.

E o primeiro passo para tal, é aprenderem a identificar o que sentem, já que só conseguimos lidar com o que conhecemos e compreendemos.

Como podes ajudar então o teu filho a reconhecer e nomear suas emoções?

As crianças aprendem a identificar cores, números e outras coisas, quando as relacionamos com um objeto, ou fazemos sinais com as mãos, certo?
Ora, com as emoções, só temos de usar palavras para dar nome ao que acreditamos que os nossos filhos estão a sentir, como por exemplo:
“Vejo que estás mesmo zangado/irritado, frustrado”
ou “Aquilo deixou-te muito triste, não foi?
É desta maneira, intencional, que os nossos filhos vão começando a dar um nome ao que sentem. 

Um passo além, pouco comum na nossa sociedade, mas extremamente importante, é o ajudar a reconhecer os sinais que cada emoção transmite no corpo, e isto pode variar de pessoa para pessoa, por isso, a seguir a nomear uma emoção, podes perguntar ao teu filho (quando ele já estiver calmo, no caso das emoções que tendemos a chamar de “más”): “Em que parte do teu corpo sentiste a raiva/irritação/frustração?”
Talvez isto seja estranho para ti, se cresceste sem teres sido habituada, habituado a fazer esta ligação entre emoções e corpo, mas acredita que as crianças ainda o fazem com grande facilidade e é importante que não percam essa capacidade, daqui a pouco já te explicamos porquê.

Outra coisa que podes fazer, é recorrer a recursos visuais, como livros e jogos, e hoje em dia já temos uma grande variedade de opções com o tema de emoções, para tornar esta aprendizagem mais divertida e cativante para os teus filhos.

Além disso, é fundamental que os teus filhos se sintam confortáveis contigo para expressar as suas emoções, por isso, estimula um diálogo aberto, onde eles sintam que podem falar sobre os seus sentimentos sem medo de críticas.
Quando demonstramos compreensão e validamos as emoções dos nossos filhos estamos a fazer com que se sintam compreendidos e aceites, o que os levará a partilhar  o que sentem connosco.

Depois de aprenderem a identificar e nomear as suas emoções, há duas habilidades que os nossos filhos precisam de aprender, para melhor gerirem as suas emoções:

1 – Resiliência
Mais uma coisa que, infelizmente, não é tão comum quanto deveria ser na nossa sociedade, tão competitiva, e que é o olhar para um desafio como uma aprendizagem e não um erro. Quanto mais facilmente os nossos filhos conseguirem aprender a errar e falhar, sem vergonha, menos isso os vai incomodar e, logo, mais facilmente lidarão com isso.

2 – Empatia
É essencial ensinarmos os nossos filhos a se colocarem no lugar do outro. Se eles só pensam em si mesmos… bem, é o princípio de uma história triste.
Ao desenvolver a capacidade de se colocar no lugar dos outros e compreender suas emoções, aos nosso filhos também aprendem a reconhecer e validar suas próprias experiências emocionais, o que promove a autoaceitação, a autoconfiança e a autoexpressão saudável, permitindo que enfrentem seus próprios desafios emocionais com mais compreensão e resiliência.
As histórias têm o poder de tocar corações e mentes, por isso, contar contos onde os personagens mostram empatia e compreensão pode ser mais eficaz do que qualquer conversa mais “séria”. Não subestimes o poder de um bom livro!

Posto isto, vamos então às estratégias para que eles consigam lidar com as suas emoções de uma forma construtiva.

E a primeira, como não podia deixar de ser, é a respiração
Inspirar e expirar calma e profundamente várias vezes é a forma mais rápida de nos acalmarmos em momentos de maior intensidade emocional e as crianças não são diferentes.

Com os mais pequenos, podemos usar a analogia de inspirar como se estivéssemos a cheirar uma flor e expirar como quando sopramos uma vela.

2 – Dar o exemplo
De que forma lidas tu com as tuas próprias emoções?
Não são assim tão poucos os pais que cobram dos filhos a capacidade de saber gerir as suas emoções, quando eles próprios facilmente perdem a cabeça, gritam, batem com a porta, etc. etc. Não te esqueças: os nossos filhos aprendem mais facilmente com o que nos vêm fazer do que com o que lhes dizemos

3 – Sentir o corpo
Lembras-te de termos antes falado da importância de identificarmos as sensações físicas que as emoções expressão no nosso corpo?
Pois é, algo que nos pode ajudar a acalmar, nos momentos de maior atenção, é parar para colocar a nossa atenção no corpo: O que estamos a sentir? Onde?
E, sim, isto é tão válido para os teus filhos, quanto para ti, se pertences â grande percentagem de pessoas que tem dificuldade em gerir as suas emoções, e se queres dar um melhor exemplo aos teus filhos.

Conclusão:
Ensinar os nossos filhos a identificar e a gerir as suas emoções é um investimento valioso no seu desenvolvimento emocional e bem-estar futuro. Ao oferecermos apoio, orientação e ferramentas para tal, estamos a capacitá-los para enfrentar os desafios emocionais da vida de forma construtiva e saudável. Cultivar a inteligência emocional desde cedo não só fortalece o vínculo familiar, como também prepara as crianças para lidar com diferentes situações de forma empática e resiliente. Com dedicação e prática, podemos ajudar os nossos filhos a florescer emocionalmente e a construir relacionamentos significativos ao longo das suas vidas.

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Esperamos que estas dicas sejam úteis para ti e para a sua família. 

Deixa-nos a tua opinião sobre este artigo enviando um e-mail para geral@superpais.pt

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Se sentes que não estás a conseguir pôr em prática as estratégias que aqui partilhamos contigo e a ajudar os teus filhos a lidar com as emoções da melhor forma, sabe que não tem nada de errado pedir ajuda.

Afinal as crianças não veem com um manual de instruções!

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