Embora o Halloween não seja uma tradição portuguesa, nos últimos anos esta celebração tem vindo a ganhar visibilidade entre as famílias em Portugal, despertando debates sobre a sua pertinência.
Independentemente das opiniões sobre o Halloween, no projeto Super Pais, consideramos que este pode ser um bom ponto de partida para discutir medos e fobias com as crianças, abordando o tema de uma forma consciente e adaptada à nossa realidade. Vamos explorar como este evento pode ser uma oportunidade para ajudar os nossos filhos a compreender e a enfrentar os seus receios, desenvolvendo competências emocionais fundamentais.
1. Reconhecer e validar os medos
O Halloween é uma celebração onde o “assustador” ganha protagonismo, com fantasmas, bruxas e criaturas sobrenaturais a dominar as decorações e as histórias.
Para muitas crianças, estas imagens podem parecer reais e assustadoras, provocando reações de medo, pelo que este é o momento ideal para ensinarmos os nossos filhos a identificar e reconhecer os seus medos sem vergonha.
Para que aprendam a lidar com as suas emoções, é importante que os pais validem esses sentimentos e os abordem com compreensão.
Estratégia Prática:
Pergunta ao teu filho o que mais o assusta e ouve as suas respostas com empatia. Ajudá-lo a colocar em palavras o que sente contribui para que ele se sinta compreendido e menos sozinho nas suas preocupações.
2. A Desmistificar o “Assustador”
Para as crianças, o desconhecido pode facilmente tornar-se assustador. No entanto, muitos medos perdem a sua força quando compreendidos.
Usar o exemplo de uma máscara ou uma história assustadora do Halloween para explicar que “o assustador” pode ser apenas uma imagem ou uma ideia ajuda a criar uma abordagem prática para desmistificar outros medos.
Estratégia Prática:
Mostra-lhe uma máscara ou um adereço típico do Halloween e explica que, por detrás dessa “cara assustadora”, há apenas uma pessoa normal. Esta pode ser uma analogia útil para mostrar ao teu filho que, muitas vezes, os medos são construídos na nossa mente.
3. A Desenvolver Coragem e Resiliência
Enfrentar o medo é, para qualquer criança, um ato de coragem que deve ser celebrado. Ensinar os nossos filhos a lidar com os seus medos de forma gradual e segura é essencial para desenvolver a resiliência, pelo que, ao usarmos o Halloween como uma experiência controlada e consciente, podemos encorajar os nossos filhos a enfrentar as situações que os assustam, com o nosso apoio.
Estratégia Prática:
Cria uma “caça ao tesouro do medo”, onde cada etapa representa um pequeno desafio que a criança deve ultrapassar. No final, reconhece o seu esforço, reforçando que ela é capaz de enfrentar as suas preocupações e sair mais forte.
4. A Ensinar a Diferença Entre Realidade e Fantasia
O Halloween proporciona uma oportunidade única para reforçarmos a distinção entre realidade e fantasia. Para crianças pequenas, a linha entre ambos pode ser muito ténue, mas com exemplos práticos e conversas adaptadas à sua idade, é possível ajudá-las a compreender que as histórias ou personagens assustadoras são apenas fruto da imaginação.
Estratégia Prática:
Lê uma história sobre criaturas do Halloween e explica, no final, que todas essas figuras fazem parte do mundo da fantasia. Encoraja o teu filho a contar a sua própria história “assustadora” e a diferenciar o que é real do que é imaginário.
5. A Praticar a Autocompaixão e a Paciência
Superar medos e fobias é um processo, e cada criança terá o seu tempo e a sua forma de lidar com os desafios emocionais. Mostrar paciência e incentivar a autocompaixão é um passo importante para que a criança se sinta segura.
Estratégia Prática:
Quando o teu filho se sentir frustrado ou triste por não conseguir lidar com um medo específico, recorda-lhe que a coragem se constrói aos poucos e que ele está a fazer progressos. Encoraja-o a falar sobre cada pequena vitória, reforçando a ideia de que o caminho é tão importante quanto o destino.
Concluindo
Embora o Halloween possa não ser uma tradição enraizada em Portugal, a sua popularidade crescente pode ser usada, de forma consciente, para ensinar lições valiosas sobre como enfrentar medos e desenvolver a inteligência emocional. Ser uma mãe ou pai consciente é saber aproveitar as oportunidades para guiar os nossos filhos na construção de uma base emocional segura, onde o medo não é evitado, e sim reconhecido, compreendido e, pouco a pouco, superado.
Afinal, o objetivo não é evitar o “assustador”, e sim ajudar as crianças a perceberem que, com amor e paciência, podem transformar qualquer medo em força e coragem.
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Vamos juntos nesta viagem de transformação e de crescimento.