Quando éramos crianças, com maior ou menor frequência, todos ouvimos que devíamos reprimir nossas emoções. Ensinaram-nos que chorar era sinal de fraqueza e que devíamos esconder os nossos medos e tristezas.
Esta mentalidade moldou a maneira como hoje vemos e lidamos com as nossas próprias emoções e com as dos outros, mas, como pais, é fundamental compreender a importância de permitirmos que os nossos filhos expressem as suas emoções de maneira saudável e sem julgamentos.
Sim, crescemos a acreditar que as nossas emoções são algo que é para ser controlado e escondido. No entanto, ao negar às crianças o direito de expressar os seus sentimentos, estamos a negar-lhes uma parte essencial do seu desenvolvimento emocional.
Quando os nossos filhos choram, ficam com raiva ou expressam tristeza, devemos acolher as suas emoções com compreensão e empatia.
Atenção: lembra-te que as crianças têm dificuldade em expressar os seus sentimentos com palavras e, muitas vezes, recorrem a comportamentos inadequados para chamar a nossa atenção.
Quando permitimos que nossos filhos expressem as suas emoções, estamos a:
– Proporcionar-lhes um ambiente acolhedor e seguro, onde eles se sentem livres para serem eles mesmos, sem medo de serem rejeitados ou julgados;
– Ensinar-lhes que é normal ter sentimentos e que todas as emoções são válidas;
– Ajudá-los a construir uma base sólida de autoconhecimento e de autoaceitação;
– Incentivá-los a identificar e a nomear o que sentem, o que é essencial para que possam aprender a lidar com isso de forma saudável.
É importante salientar que permitir que as crianças expressem as suas emoções não significa permitir que se comportem de maneira inadequada ou desrespeitosa. Devemos, sim, ajudá-los a encontrar alternativas saudáveis para lidar com os seus sentimentos mais intensos.
E como fazer isso?
Deixamos aqui 3 dicas para te ajudar nesse sentido:
Cria um espaço seguro para expressão emocional:
Mostra-te disponível para ouvir e valida os sentimentos, dos teus filhos permitindo que eles saibam que é normal e saudável sentir diferentes emoções. Isto vai ajudar-te a construir confiança e abre caminho para uma comunicação aberta entre vocês.
Ensina habilidades de autorregulação emocional:
Ensina estratégias simples como respiração profunda ao “soprar a vela” e “cheirar a flor” contar até 10 ou usar palavras para descrever o que estão a sentir. Incentiva-os a identificar e a nomear as suas emoções, ajudando-os a desenvolver a consciência emocional.
Sê um modelo de expressão emocional saudável:
As crianças aprendem muito mais a observar o comportamento dos pais do que de qualquer outra maneira, por isso é fundamental que sejas um modelo de expressão emocional saudável. Mostra abertamente como lidas com as tuas próprias emoções de maneira construtiva, verbalizando os teus sentimentos e explicando como os gerencias. Ao fazer isso, estás a ensinar-lhes através do exemplo e a mostrar a importância de expressar emoções de forma correta.
Para terminar, adiantamos que permitir que os nossos filhos expressem as suas emoções, sejam elas quais forem, fortalece o vínculo afetivo entre pais e filhos.
Quando demonstramos compreensão e apoio diante das suas emoções, eles sentem-se amados e valorizados, o que cria uma conexão profunda e duradoura, baseada na confiança e no respeito mútuo.
E uma criança que se sente amada, respeitada, valorizada não tem necessidade de assumir comportamentos desafiadores, de chamada de atenção, não concordas?
E, se precisas de ajuda para ajudares os teu filho a lidar melhor com as suas emoções, porque sozinha não estás a chegar aos resultados que desejas, sabes que podes contar com a nossa ajuda através das nossas consultas individuais de apoio e orientação parental
Sabe mais a este respeito, clicando AQUI